3. O papel do mediador no AVA
O uso das tecnologias digitais, em especial a internet, possibilita uma maior interação entre os participantes das ações de formação a distância, criando condições de aprendizagem e colaboração.
Para mediar essas condições de aprendizagem, acreditamos que o perfil do educador/formador a distância, aqui denominado mediador, deve ser condizente com uma concepção e um modelo de educação onde todos, educadores e educandos, são emissores e receptores de informações e, de forma colaborativa, constroem conhecimentos significativos para cada um e para o grupo, independentemente do suporte tecnológico.
Por que mediador? Há muitos termos para designar o educador/formador a distância: tutores, moderadores, animadores, mediadores. Resolvemos adotar o termo mediador para enfatizar essa concepção pedagógica que se diferencia da ideia, ainda muito presente, do “professor transmissor do conhecimento”. |
Ao se tratar de tecnologias digitais, as diferenças residem no caráter comunicacional e informacional dos meios digitais e das novas culturas de informar, aprender, conhecer, interagir e produzir que eles imprimem ao fazer social. Mas o papel do educador é específico e se caracteriza pela intencionalidade dos procedimentos que ele propõe aos participantes, das escolhas em relação aos conteúdos abordados.
Assim o mediador deve apresentar as mesmas qualidades exigidas de qualquer formador/professor que atua no ambiente presencial: comunicabilidade, domínio do assunto, didática, planejamento, disponibilidade, capacidade de organização, acolhimento, coordenação e mobilização da comunidade de aprendizagem em torno da própria aprendizagem.
Quando o processo está acontecendo a distância e é mediado pela Internet, deve ser alguém com disposição e habilidade para construir laços de confiança. Para tanto, é necessário também que tenha desenvolvido habilidades para usar o computador, navegar na Web e utilizar ferramentas de comunicação.
Entre suas atribuições, podemos destacar:
- Incentivar a comunicação e a interação entre os participantes para potencializar a troca de experiências.
- Propor ideias e lançar temas para debate.
- Qualificar o debate e fortalecer o desenvolvimento do espírito crítico.
- Perceber as necessidades do grupo.
- Fazer com que todos se sintam envolvidos e pertencentes ao espaço.
- Sistematizar conteúdos de debate, compondo um produto final a ser oferecido para os participantes.
- Acompanhar e avaliar constantemente a participação dos componentes do grupo.
- Auxiliar os participantes em questões técnicas.
Educador capacitado para mediar*
Muitas vezes, o que mais dificulta a interação em ambientes virtuais é o próprio educador. Na medida em que não tem bem presente o quanto deve ser interativo para, assim, estimular/motivar os participantes a trocarem e colaborarem cada vez mais, o processo tende a ir arrefecendo, "esfriando". Na maioria das vezes, a educação a distância não fez parte da realidade dos professores que agora estão nesses ambientes virtuais. Segundo Branco (2003), para poder formar uma inteligência própria, capaz de criar projetos relevantes e de qualidade em suas salas de aulas, o educador precisa ter passado pelo processo de aprender dentro de uma sala de aula virtual, usando todas as tecnologias disponíveis nesse espaço. Para que possam compreender adequadamente as dificuldades e facilidades de seus “alunos online”, precisam sentir "na pele" como é este processo, o que ele cobra e o que ele oferece para aqueles que por ele passam.
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